Cultura de segurança na empresa: como implantá-la com eficácia?
A cultura de segurança é um conceito muito importante a ser tratado para a promoção de uma mudança organizacional, onde ficam priorizadas a prevenção de acidentes e a mitigação de riscos. Entender o que é e como gerenciar a cultura de uma organização é fundamental.
Mas antes de entrar neste assunto é preciso entender o que é a cultura organizacional. Trata-se de um conjunto de padrões de comportamento, crenças e conhecimentos que, juntos, servem para caracterizar a maneira de atuar da maioria das pessoas de uma empresa. Mais do que algo emocional, que pode ser resolvido na base da conversa e de avisos nos murais, é parte integral de um sistema de gestão, ou seja, resultado de como as coisas são realizadas em sua empresa.
COMO MUDAR A CULTURA DE SEGURANÇA DE UMA EMPRESA?
A cultura de segurança de uma empresa deve ser transformada com a mudança do pensamento das pessoas, que deve ser realizada através da aprendizagem e vir da alta diretoria, da gestão, principalmente por meio do exemplo e do alinhamento das ações dessas pessoas com o discurso da empresa, traduzido nos seus valores, missão e visão. Ou seja, essa aprendizagem tem origem no comportamento individual daqueles que são reconhecidos como líderes ou formadores de opinião.
A corrente de contaminação do comportamento começa da alta direção, chegando àqueles que estão na linha de frente, portanto, comportamentos seguros formam uma corrente que se transforma em cultura, a qual será mais intensa quanto mais você for reconhecido como um líder.
OS BENEFÍCIOS QUE A SEGURANÇA DO TRABALHO PODE TRAZER PARA QUALQUER EMPRESA SÃO INÚMEROS:
• Reduz custos com indenizações e afastamentos;
• Aumenta a produção por reduzir o tempo de interrupção do trabalho;
• Diminui o número de acidentes;
• Valoriza a empresa, pois ações de responsabilidade social garantem uma imagem positiva para os negócios.
COMO IMPLANTAR UMA CULTURA DE SEGURANÇA EFICAZ?
Há uma série de medidas que a sua empresa pode implantar para garantir a segurança do trabalho:
1 – UNA ESFORÇOS PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA
O primeiro passo é compor uma equipe multidisciplinar focada na segurança do trabalhador, formando um Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).
Esta equipe deve ser composta por diversos profissionais, dentre os quais: técnico de Segurança do Trabalho, engenheiro de Segurança do Trabalho e médico, enfermeiro do Trabalho e outros profissionais que possam contribuir para a elaboração de um plano de segurança.
2 – FAÇA A ANÁLISE DE RISCOS EXISTENTES
Você sabe quais são os fatores de riscos aos quais os seus funcionários estão expostos nas rotinas de trabalho? Esse é um passo importante para identificação dos pontos críticos dentro da sua indústria. Além de analisar as atividades e áreas, é preciso levantar os riscos e estabelecer as prioridades de segurança. Com isso, é possível montar um plano de ações para contornar esses problemas.
3 – DESENVOLVA UM PLANO DE SEGURANÇA
A sua empresa precisa contar com políticas e programas efetivos que visem à segurança do trabalho. Isso deve partir da liderança e incluir gestores de diversas áreas. Com o apoio de cada gestor, os trabalhadores também poderão contribuir para identificar os riscos em cada setor.
Todo o planejamento deverá seguir as Normas Regulamentadoras (NRs) de saúde e segurança do trabalho, garantindo a conformidade da empresa à legislação.
O plano de segurança também deverá identificar qual será o papel de cada funcionário dentro da gestão de segurança. Se necessário, sua empresa pode contar com o apoio de consultorias e assessorias especializadas para a adequação às normas.
4 – TREINE A EQUIPE
É preciso investir em treinamentos, pois os funcionários precisam saber exatamente o que estão fazendo a todo o momento. Assim, educar os trabalhadores sobre as atitudes preventivas é fundamental. As ações incluem os DDSs, palestras e discussões, para sempre deixar a equipe preparada, além de ações que podem ser promovidas pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
5 – RECONHEÇA OS BONS COMPORTAMENTOS
Qual funcionário não quer ser reconhecido por um bom trabalho? Aproveite as oportunidades de incentivar sua equipe com ações simples, como reconhecimentos e recompensas.
Pode ser através de uma carta, um troféu, um e-mail, uma homenagem no canal de comunicação interno. O reconhecimento é um grande estímulo para o seu colaborador, que irá espalhar a notícia para seus colegas e incentivar a prática.
6 – CORRIJA OS ERROS
A análise dos riscos deve ser feita através de um levantamento minucioso de tudo que possa vir a ser causa de doença ou acidente de trabalho em cada setor da empresa. O trabalho visa a identificar a presença de agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e riscos de acidentes nas dependências da empresa. A auditoria vai detectar os locais em que falta sinalização, observar se há ventilação e iluminação incorretas nos ambientes, verificar os pontos de riscos dos maquinários, ferramentas e equipamentos, dentre outras situações.
O profissional estará atento a detalhes relacionados a atos inseguros e/ou condições perigosas, que vão desde a armazenagem de materiais em locais impróprios à inspeção de fios desencapados dos equipamentos. O reconhecimento dos riscos é variável de acordo com cada ramo de atividade e ambiente ocupacional. Alguns trabalhos são mais arriscados do que outros e precisam seguir instruções específicas.
Outra forma é incentivar as equipes a reportarem os riscos. Para isso, a gestão da empresa deve estabelecer essa cultura por um meio oficial, que pode ser anônimo, para o líder de área. Esta ocorrência deve ser levada para o setor de Segurança do Trabalho e para o conhecimento da CIPA, que irá investigar as causas, potenciais riscos e formas de solução. Os resultados devem, então, ser repassados para a equipe, como forma de aprendizado para a redução de riscos e melhora na segurança interna. Com a ajuda da equipe é possível identificar, controlar e evitar acidentes.
7 – INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA, RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS
Agora é o momento de adquirir produtos, equipamentos e serviços especializados. É fundamental que o profissional de saúde e segurança da empresa, assim como a clínica médica que realiza os exames ocupacionais, façam uso de um software para SST adequado. Isso faz toda a diferença, já que a gestão de segurança do trabalho na empresa terá muito mais atenção, evitando problemas futuros, com um bom controle de riscos e periódicos sob controle.
É preciso ter muita atenção na compra de produtos e na contratação de serviços cujos valores estão muito abaixo do mercado. Eles podem ser inferiores e não suprir as necessidades de segurança adequadamente e, como consequência, virar um gasto a mais não previsto.
Adquira os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC e os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) obrigatórios para o exercício de funções na empresa, lembrando que a empresa deve controlar o processo de entrega de EPI’s, assim como fornecê-los gratuitamente e em perfeito estado de conservação.
Unir essas medidas, com líderes que inspiram, torna-se a fórmula do sucesso da cultura de segurança de uma organização. Estabeleça metas de segurança desafiadoras, mas alcançáveis, e avalie o progresso, fazendo ajustes conforme necessário.
Fonte: Portal ESO, medicina e segurança do trabalho