Qual é o papel do RH na conscientização do Setembro Amarelo?
Qual é o papel do RH para sensibilizar os colaboradores sobre saúde mental? Saber lidar com a questão é extremamente importante o ano todo, mas é durante o Setembro Amarelo que o tema ganha destaque. A campanha promove a conscientização da sociedade sobre cuidados para a preservação da vida. Neste sentido, as empresas, como força motriz do desenvolvimento, não podem ficar isentas da responsabilidade de estar atenta à saúde e ao bem-estar do seu quadro de pessoal.
É aí que o RH entra em ação e deve participar do Setembro Amarelo, realizando ações internas para tratar o assunto com a responsabilidade que ele merece.
Importância do Setembro Amarelo
O suicídio é um problema de saúde pública que atinge diferentes camadas da sociedade. Conforme estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano, mais de 700 mil pessoas cometem autoextermínio.
A campanha propõe a conscientização sobre o suicídio e tira o viés íntimo do problema, trazendo a discussão para diversas áreas da sociedade, especialmente no ambiente corporativo, onde o adoecimento psíquico e o transtorno emocional causam danos ao indivíduo, resultando em abuso de substâncias, sinais de depressão, ansiedade e outros problemas.
Por isso, a gestão de pessoas deve estar atenta à qualidade de vida de seus colaboradores. Nas empresas, um caminho é assumir o protagonismo no cuidado com o capital humano.
Como a empresa pode participar da campanha?
Apesar de ainda ser visto como um tabu, o assunto precisa ser discutido. Especialistas afirmam que o silêncio é o principal fator de risco para o suicídio. Quando família, amigos, veículos de comunicação, empresas e sociedade se calam, as estatísticas aumentam.
Sendo assim, a informação é fundamental para auxiliar as pessoas em vulnerabilidade emocional e o setor de Recursos Humanos deve participar, apoiar e disseminar o Setembro Amarelo.
Trabalhar a saúde mental nas empresas é uma estratégia consoante à proposta da OMS para reduzir as taxas de suicídio em um terço até 2030. As ações propostas buscam:
- educar a população, pela mídia, com abordagens sérias sobre suicídio;
- promover habilidades socioemocionais, especialmente entre os adolescentes;
- trabalhar a identificação precoce, avaliação, gerenciamento e acompanhamento de pessoas afetadas por pensamentos e comportamentos suicidas.
O foco das organizações deve estar no terceiro e último tópico, oferecendo informação responsável, acolhimento e uma cultura organizacional aberta para oferecer menos cobranças e mais apoio.
7 maneiras do RH colaborar com o Setembro Amarelo
Existem muitas ações que o RH pode desenvolver para colaborar com a campanha. Confira sugestões que podem ser aplicadas nas empresas para conscientizar os colaboradores.
1. Conhecer o assunto é papel do RH
É fundamental que a gestão de pessoas conheça as diretrizes da campanha, conheça seu propósito e utilize os materiais que o site oficial disponibiliza para download. O primeiro passo para respaldar o papel do RH é ter consciência sobre a relevância do tema.
2. Prezar pela qualidade no clima organizacional
O clima no ambiente de trabalho reflete na qualidade de vida dos colaboradores. Quando o clima é de harmonia, as pessoas trabalham melhor e produzem mais, além de diminuir as chances de desenvolverem síndrome de Burnout e outros problemas que comprometem a saúde emocional.
Promover a qualidade do clima organizacional pressupõe colaboração, abertura para o diálogo e segurança para pedir ajuda, quando necessário. Nesse sentido, o RH deve orientar as lideranças para estarem atentos aos comportamentos que denotam sofrimento psíquico. Por fim, fazer a gestão emocional do time é fundamental para evitar conflitos.
3. Conscientizar sobre depressão e ansiedade
Nas empresas, os problemas de saúde mental têm diferentes causas. Desde chefias tóxicas, competitividade acima do normal, prazos curtos, pressões nas entregas até bullying com os diferentes perfis comportamentais.
Trata-se de fatores que provocam ansiedade, angústia e depressão, males silenciosos que, se não tratados, podem afetar todo o time. Por isso, a gestão de pessoas deve conscientizar os colaboradores, orientando-os a procurar ajuda. O papel do RH para a saúde mental, nesses casos, é diminuir o preconceito sobre o assunto.
Conforme pesquisa, 55% dos colaboradores sentem medo de tirar dias de folga para cuidarem de sua saúde mental. Ainda, 37% afirmam não se sentirem confortáveis em assumir que solicitaram afastamento para cuidar da saúde mental.
4. Promover palestras com especialistas
Sempre que possível, convide especialistas em saúde mental para conversarem com os colaboradores. Palestras sobre o tema combatem a desinformação e contribuem para tratar os problemas de ordem emocional com leveza, mostrando que qualquer pessoa pode ter dificuldades.
5. Fazer do RH um ponto de apoio
O Recursos Humanos pode, e deve, estar disponível para o profissional em sofrimento emocional. E essa atitude não fica restrita apenas ao Setembro Amarelo. As portas do setor precisam estar abertas para ouvir e acolher seus funcionários.
Os colaboradores devem se sentir à vontade para procurar ajuda, sentindo segurança para dialogar sobre qualquer assunto, inclusive denunciar comportamentos tóxicos de colegas ou superiores.
Nesses casos, por envolverem questões internas, o RH pode intervir. Em situações que envolvam conflitos pessoais ou familiares, a gestão de pessoas pode orientar o colaborador a procurar ajuda especializada.
6. Oferecer benefícios para promover o bem-estar
Falar sobre saúde mental e suicídio é importante. Oferecer benefícios que garantam qualidade de vida é fundamental. Portanto, o RH pode sugerir aos gestores a adoção de medidas para prevenir problemas emocionais. Se possível, a empresa pode oferecer:
- plano de saúde;
- mensalidade em academias para a prática de exercícios;
- tratamento psicológico;
- espaços de descompressão, com opções para descanso e relaxamento.
7. Valorizar os recursos humanos
As iniciativas citadas no tópico anterior estão relacionadas com a valorização profissional. Afinal, toda ação que promova o bem-estar do colaborador denota comprometimento da empresa com a saúde física e mental.
Ademais, políticas de valorização e reconhecimento aumentam a autoestima do funcionário, promovendo satisfação com o trabalho e isso reflete na vida pessoal. Sendo assim, se possível, ofereça bônus por produtividade, plano de cargos e salários compatíveis com o mercado, além de oportunidades de crescimento.
Fonte: Portal RH