181 empresas americanas assinam manifesto público de responsabilidade corporativa

A Business Roundtable, associação que reúne as maiores corporações dos Estados Unidos, lançou, no dia 19 de agosto,  um manifesto assinado por 181 CEOs de grandes empresas americanas, reafirmando o compromisso dessas companhias com todos os seus stakeholders e com o bem-estar social. Esse propósito de responsabilidade corporativa, segundo o documento, deve ser mais importante que o próprio lucro.

O documento assinado é denominado Declaração sobre o Propósito de uma Corporação e substitui todas as declarações anteriores da associação, descrevendo um novo padrão moderno de responsabilidade corporativa.

A Business Roundtable publica,periodicamente, desde 1978, os Princípios de Governança Corporativa. A partir de 1997, passa a endossar os princípios de primazia dos acionistas, declarando que as empresas devem, em primeiro lugar, servir aos acionistas. O novo documento, contudo, se afasta dessa primazia e afirma o compromisso das empresas com todo o público interessado.

“Os principais empregadores estão investindo em seus trabalhadores e comunidades, porque sabem que é a única maneira de obter sucesso a longo prazo. Esses princípios modernizados refletem o compromisso inabalável da comunidade empresarial de continuar pressionando por uma economia que serve a todos”, afirma Jamie Dimon, CEO da JPMorgan Chase & Co. e presidente da Business Roundtable.

Entre as 181 empresas que assinaram o manifesto, estão Amazon, Apple, Bayer, Coca-Cola, Dell, IBM e Novelis.

Declaração sobre o Propósito de uma Corporação

Confira os principais compromissos assumidos pelas empresas que assinaram o manifesto:

– Entregar valor aos clientes. Continuaremos a tradição das empresas americanas de liderar o caminho para atender ou exceder as expectativas dos clientes.

– Investir nos funcionários. Isso começa com uma compensação justa e com benefícios importantes. Também inclui apoiá-los por meio de treinamento e educação que os ajudem a desenvolver novas habilidades para um mundo em rápida transformação. Devemos promover diversidade e inclusão, dignidade e respeito.

– Lidar de forma justa e ética com nossos fornecedores. Dedicamo-nos a servir como bons parceiros para outras empresas, grandes ou pequenas, que nos ajudam a cumprir nossas missões.

– Apoiar as comunidades em que trabalhamos. Respeitamos as pessoas em nossas comunidades e protegemos o meio ambiente, adotando práticas sustentáveis ​​em nossos negócios.

– Gerar valor a longo prazo para os acionistas, que fornecem o capital que permite às empresas investir, crescer e inovar. Estamos comprometidos com a transparência e o engajamento efetivo com os acionistas.

– Cada um de nossos stakeholders é essencial. Comprometemo-nos a agregar valor a todos eles, para o sucesso futuro de nossas empresas, comunidades e país.

As cartas de Larry Fink

Um dos precursores do movimento de voltar os compromissos das empresas para toda a sociedade é Larry Fink, CEO da Blackrock, a maior gestora de recursos do mundo.

No início de 2018, Larry Fink escreveu uma carta aos CEOs das empresas que recebem investimento de sua companhia com uma mensagem clara: empresas sem propósito, que não cumprirem suas obrigações para com todos os stakeholders ficarão pelo caminho, pois a Blackrock estaria atenta ao impacto que suas ações têm sobre o mundo.

“Para prosperar, cada companhia terá que entregar não apenas performance financeira, mas também mostrar como faz uma contribuição positiva para a sociedade”.

Esse compromisso com a sociedade e com o planeta vai além do bom-mocismo, pois parte dos investidores e empresários percebeu que a sustentabilidade deve fazer parte da estratégia de negócio. “Não há alternativa que não a sustentabilidade”, afirma Ricardo Voltolini, um dos principais especialistas brasileiros no tema.

Há cada vez mais evidências de que empresas que investem em sustentabilidade e engajam todos os seus stakeholders são as que mais obtêm valor a longo prazo. As que não investirem em sustentabilidade, por outro lado, tendem a perder cada vez mais espaço no mercado global.

 

Fonte: Portal Ideia Sustentável

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